Produtor rural da localidade de Limoeiro, interior do município de São Luiz Gonzaga, o pecuarista familiar Valdir de Souza e Silva recebeu um reprodutor ovino da raça Ile de France, adquirido através do programa de incentivo à Pecuária Familiar do Governo do Rio Grande do Sul. A entrega foi na última terça-feira (17/05), a partir de projeto desenvolvido pelo Escritório local da Emater/RS-Ascar. O programa de incentivo à pecuária familiar, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), disponibiliza aos pecuaristas familiares uma linha de crédito para aquisição de carneiros para melhoramento genético do rebanho ovino.
"Para ter direito de acesso ao programa, o produtor deve se enquadrar nas normas estabelecidas pelo mesmo", ressalta o zootecnista Paulo Matos, chefe do Escritório da Emater/RS-Ascar de São Luiz Gonzaga, ao destacar que "a existência de esforços coordenados em consonância com políticas públicas é fundamental para alavancar a nossa ovinocultura, tornando essa atividade rentável e consolidada, gerando divisas para o Estado e uma sólida fonte de renda para os produtores".
Em nível local, a ovinocultura ganha mais força a partir do momento em que a Pecuária Familiar está entre as prioridades elencadas dentro do Plano Estratégico Municipal para o setor agropecuário, através do qual as instituições ligadas a este segmento deverão traçar um Plano de Trabalho com ações que possam alavancar o desenvolvimento da atividade. Matos cita que essas ações vão desde a Assistência Técnica a programas de incentivo e estímulo para a melhoria do rebanho.
A criação de ovinos é de grande importância econômica e de tradição para o nosso Estado, pois, mesmo com as crises da lã ocorridas nas décadas de 80 e 90, o rebanho ovino gaúcho continua sendo o maior a nível nacional. Entretanto, a ovinocultura gaúcha é explorada extensivamente e baseada na produção de dupla aptidão: carne e lã, cuja principal finalidade é a subsistência, com pouca tecnologia, tanto em aspectos de nutrição, reprodução e de sanidade, "revelando, portanto, que a nossa ovinocultura ainda é vista como uma produção secundária pelos nossos produtores rurais, o que pode ser explicado pelos baixos investimentos neste setor", avalia o zootecnista.