Projeto gaúcho confecciona perucas a crianças com câncer


No Brasil, o corte de cabelo das pessoas no auxílio a crianças com câncer vem se multiplicando. Inspirada pelo projeto Cabelegria, a estudante de farmácia Paula Luttjohann Rodrigues, 24 anos, entendeu que seus fios estavam grandes, e após uma partida de handebol, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, aparou as mechas, contagiando a advogada Caroline Conter, e a produtora Estela Rocha, ambas de 26 anos.

Era o pontapé inicial da ONG Projeto Cabelaço, que desde abril montou 16 perucas, entre entregas e pedidos futuros às jovens meninas. 

A ideia é que as pessoas tenham a chance de doar seus cabelos, respeitando a medida de 15 cm de corte das mechas. O volume recolhido é levado a uma empresa que confecciona, gratuitamente, as perucas, em um processo de higienização e formatação, que imprime tons semelhantes aos cabelos das pacientes.

Três eventos do projeto foram realizados, um deles, no Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande Sul, e todos batizados com o nome "Força na Peruca". Em média, 300 mechas foram arrecadadas, com 360 cortes de cabelo, ao custo de R$10,00 cada, porque "a empresa que confecciona gratuitamente as peruquinhas diz ser elevados os custos de cada uma delas e, mais adiante, pode precisar de recursos", relata Caroline. "É bom deixar claro que meninos também são muito bem-vindos, mas não tivemos pedidos desse público até agora."

Ela explica que as crianças conversam naturalmente sobre o tema, uma vez que querem vencer as dificuldades impostas pelo câncer e a peruca lhes dá mais vontade de superar esse processo complicado. "O carinho se torna muito importante e existem vários voluntários que trabalham no Instituto, por exemplo, na parte lúdica, e não só na saúde." 

Por ser recente, o Cabelaço tem apoiado ações locais como o Rock n Bira Open Bar, o Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre, e outros movimentos, em cidades gaúchas como São Marcos e Canguçu, todas com o propósito de recolher cabelo para doações.

"Muita gente desperta esse sentimento, a empatia com o projeto, pois ninguém quer perder cabelo. Uma moça de Encantado, no Rio Grande do Sul, teve o filho com câncer constatado e está nos ajudando a recolher cabelo, de forma voluntária. Do mesmo jeito que fazemos aqui", revela Caroline.

A intenção é fazer a 4ª edição do Força na Peruca, inspirada no Dia das Crianças, em outubro, e levar o projeto às universidades de Canoas, cidade vizinha a Porto Alegre.
"As crianças ficam muito felizes! Uma adolescente perdeu cabelo e ficou maravilhada, muito feliz, já que tem mais vontade de sair à rua, sem vergonha de usar a peruca ou ser apontada e julgada pelas pessoas" finaliza Caroline.

FONTE: Terra

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