Produção de uva apresenta potencial de crescimento no Noroeste gaúcho


A uva figura entre as principais frutas produzidas com finalidade comercial no Estado conforme o Levantamento da Fruticultura Comercial do Rio Grande do Sul 2020, elaborado pela Emater/RS-Ascar em conjunto com a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
A uva de indústria soma uma produção anual de 708.645 toneladas, produzidas por 14.275 propriedades, sendo destinada principalmente à fabricação de vinhos, sucos e outros derivados. Já a uva de mesa atinge 51.917 toneladas, produzidas em 2.589 propriedades, em uma área de 3.102 hectares. Se voltarmos o olhar para a região Noroeste do Estado, a produção comercial de uva de indústria é de 452,1 toneladas, produzidas por 41 famílias, em 29,9 hectares. A uva de mesa com fins comerciais, por sua vez, está presente em 116 propriedades da região, que produzem aproximadamente 1.081,6 toneladas por ano.
O acesso ao crédito, por meio de linhas como o Pronaf Custeio e o Pronaf Investimento, tem oportunizado a qualificação da produção, com a possibilidade de custeio da área, aquisição de insumos, materiais para manejo e cultivo protegido, equipamentos para agroindústria, entre outros.
Em Doutor Maurício Cardoso, no Noroeste do Estado, o produtor Ilson Schroder encontrou na produção de uva uma vocação e uma oportunidade de incremento na renda, com a comercialização in natura na propriedade e fornecimento a mercados nas cidades próximas. Em sua propriedade, na localidade de Porto Santo Antônio, possui um parreiral que ocupa dois hectares. "Filho de pequeno produtor rural, ainda quando jovem via que não havia possibilidade de se manter a propriedade com soja, milho e trigo, e este foi um dos fatores que me levaram a investir nesta atividade", comenta Ilson.
O filho, Arthur Guilherme Schroder, também se envolve com as atividades da propriedade, em um processo de sucessão familiar. Um projeto de crédito, para custeio da manutenção e manejo do parreiral, via Pronaf, foi elaborado pelo Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar e encaminhado junto à agência do Banco do Brasil de Doutor Maurício Cardoso. "Quero aproveitar também para agradecer aos técnicos da Emater, prefeituras da nossa região e a própria Embrapa, que se envolveram para que fossemos inseridos no zoneamento da fruticultura 'uva', com isso, estamos começando a trabalhar um novo horizonte, estamos bem aquém daquilo que temos condições de produzir", afirma Schroder.
Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, mesmo com a estiagem que persistiu na região entre os meses de setembro e novembro, as parreiras de uva da região apresentam frutos sadios e baixa incidência de doenças. Contudo, há preocupação dos agricultores devido à falta de umidade para maturação e terminação do fruto. De qualquer modo, a tendência é que os frutos apresentem bom grau brix nesta safra. "Cada ano na produção da uva é uma nova realidade, sempre é uma caixa de surpresas, desde a brotação até a colheita. Este ano, excepcionalmente, o clima interferiu de forma bastante intensa, uma vez que desde março não tivemos chuvas consideráveis para a umidade do solo", afirma o produtor, ao destacar que é importante manter o entusiasmo e o foco. "Um dos fatores mais importantes é você gostar daquilo a que você se propõe, outro é que você precisa ser perseverante, mesmo que o clima adverso te desanime. Desde minha infância meus pais mantinham alguns pés de uva para consumo e para fazer o próprio vinho", comenta.
Para a região percebe potencial de crescimento na área de fruticultura, especialmente, com o engajamento da assistência técnica. "Está na hora da nossa região acordar para uma nova mentalidade, pois precisamos pensar juntos e manter as pequenas propriedades com eficiência e bons resultados. Precisamos de pessoas que nos deem assistência com formação em fruticultura, pois a nossa região tem um clima e um solo ótimo para a atividade", acrescenta.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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