O Delegado Augusto Zenon, responsável pelo caso das quatro crianças mortas em Alvorada, disse que, apesar de não ter dado depoimento, o pai das vítimas respondeu a perguntas no momento da prisão e contou que a motivação teria sido vingança. Na delegacia, durante o depoimento e na presença de um defensor público, ele ficou em silêncio e não deu detalhes da ação.

"Nos referiu que a motivação decorreu de desavenças com a ex-companheira e que como uma forma de causar um mal pra ela, vingança, ele cometeu esse homicídio quádruplo contra os próprios filhos".

As quatro crianças foram encontradas mortas na noite de terça-feira (13). Segundo a polícia, as vítimas tinham 3, 6, 8 e 11 anos. Três delas foram encontradas com marcas de facadas e uma com asfixia.

As quatro crianças são filhas biológicas do homem com a mesma mãe, uma mulher de 24 anos. O casal estava separado e as crianças estavam com o pai para a visita e voltariam para a mãe nos próximos dias.

Segundo o delegado, no fim da tarde de terça, próximo ao horário que a polícia suspeita ter ocorrido o crime, o ex chegou a mandar mensagens para a mãe das crianças com ameaças. O homem possui histórico de agressões.

O delegado responsável pela investigação informou que o homem relatou ter dado um calmante para as crianças dormirem.

"Cada uma das crianças ele ia levando para dentro da casa, fazia a criança dormir. Ele já tinha aplicado um chá nas crianças, nos referiu que foi um chá que ele deu na segunda-feira [12] pela manhã e que ele ia levando as crianças pra casa e a criança dormia e ele sufocava a criança com o travesseiro. Isso foi feito na criança mais nova e nas maiores ele fez a mesma coisa e depois deu as facadas. As crianças mais velhas foram golpeadas no peito e nas costas com mais de 10 facadas".

A avó materna das quatro crianças, relatou à reportagem que o suspeito, David da Silva Lemos, de 28 anos, já havia agredido a mãe das crianças e que cometeu os crimes para atingi-la.

"Ele já agrediu minha filha. Já tinha acabado o relacionamento, não tinha nada mais a ver, mas ele fez pra atingir minha filha, com certeza, da pior forma que tem. Ele é um covarde", diz Idenise Martins da Silva.

"Teve uma vez que as crianças foram pra casa da avó lá de Alvorada, e ele agrediu ela. Chamei a BM, que pegou ele. E agora ele fez essa barbaridade com meus netos, que não tinham nada a ver, esse sem vergonha. E agora faz isso com meus netos, esse assassino", desabafou a avó.

A reportagem tenta contato com a Defensoria Pública, que deve assumir a defesa de David. 

Fonte: Eduardo Paganella, RBS TV e g1 RS