Emater mulher: Acreditar e empreender, direitos de toda mulher


Em nossa segunda reportagem da série Emater Mulher, que mostra o protagonismo feminino no meio rural, queremos destacar que toda pessoa líder tem uma referência, seja pessoal ou profissional. No caso de Ângela Dias Stumpf, 42 anos, casada, mãe de duas filhas, moradora da do Sítio Bela Hú, em Sapiranga, a mãe é sua a principal referência de sua vida e de seu trabalho.
Moradora da zona rural, onde nasceu, Ângela, assim como tantas outras meninas filhas de agricultores, tinha como tarefa cuidar da casa, enquanto seus irmãos e pai se dedicavam ao trabalho na roça e sua mãe, professora multisseriada, se aposentou na pequena escola local. "Todos tivemos acesso à educação. Então nos dividíamos entre a escola e o trabalho", lembra a também professora Ângela, que, "seguindo os passos de minha mãe, também casei bem cedo", morando por dez anos na cidade, onde atuou como professora por muitos anos. "Assim que surgiu uma oportunidade para lecionar na escola rural aqui perto de casa, nos mudamos de volta para a zona rural", recorda.
Após algum tempo no meio rural, Ângela, já sem trabalho na escola, decidiu literalmente "colocar a mão na massa", participando de cursos de culinária e de empreendedorismo, o que a motivou a montar uma agroindústria de panificados. "Descobri minha grande paixão e até hoje trabalho com isso, dentro da ideia de uma produção mais tradicional, usando receitas antigas da família, tudo sendo feito no forno à lenha", diz, orgulhosa, a hoje coordenadora do projeto Koloniegeschmack, que oferece pães e cucas feitos na hora nos fornos à lenha de barro do Parque Municipal do Imigrante, aos domingos a partir do meio-dia.
A realização pessoal e profissional chamou a atenção da comunidade e Ângela passou a ser chamada para participar de eventos do município e também particulares. "Como sou uma pessoa que sempre tive um olhar para a questão social da mulher do campo, assim que surgiu uma oportunidade, decidimos, num grupo pequeno de mulheres, montar uma associação voltada não só para a área dos panificados, mas também para atender e lutar pelos direitos das mulheres".
Foi então que, em 2018, surgiu a Associação das Mulheres Rurais de Sapiranga. Com o apoio da Administração Municipal e da Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), o grupo de quase 20 mulheres da zona rural do município produz alimentos com ingredientes típicos da região, sem a utilização de conservantes. "As receitas são as mesmas da época das avós feitas na palha de milho e folha de bananeira. A ideia é trazer um pouquinho dessa tradição para a cidade", completou Ângela, ao citar a produção de pães, cucas, roscas e waffles.
"Somos bem unidas, nos reunimos duas vezes por mês para discutir e debater nossas ações, trabalhamos todos os domingos nos fornos a lenha do Parque do Imigrante de nossa cidade. Também gerenciamos nossas finanças, escala de trabalho, compras, participamos e buscamos nos aperfeiçoar através de cursos promovidos pela Emater", destaca a empreendedora, ao elogiar a parceria do grupo com a Emater/RS-Ascar, que desde o início do projeto dá o suporte necessário, desde a criação da Associação, elaboração de estatuto, receitas, organização financeira e orientações nas reuniões, buscando canais de comunicação, avaliação das atividades, "enfim, tudo o que precisamos podemos sempre contar com a Emater".
Também temos uma ótima parceria com a Prefeitura e principalmente com a Secretaria da Agricultura, que auxilia o grupo de mulheres no transporte para cursos, na cedência do espaço nos fornos e na inserção nos canais de comunicação da Administração.
"Atualmente nossa Associação está concluindo projeto para ampliação do espaço dos fornos à lenha e procura mais mulheres e jovens que queiram se juntar a nós para aumentar nossa força de trabalho para futuros projetos", anuncia Ângela, hoje referência para muitas mulheres. A empreendedora avalia como merecido esse destaque, "uma vez que muitas outras mulheres e jovens vivenciam situações de trabalho e de luta muito mais difíceis do que eu".

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

Aplicativo

Facebook


Twitter