Dezesseis trabalhadores estrangeiros são localizados enclausurados em fábrica de cigarros clandestina


Em cumprimento de mandado de busca, a Operação Tavares, encontrou no município de Triunfo (RS), 16 trabalhadores supostamente paraguaios localizados escondidos no subsolo da fábrica, em uma espécie de bunker, onde permaneciam enclausurados.

A descoberta do local ocorreu no início da tarde desta terça-feira (19). O esconderijo é acessado através de um elevador hidráulico. As vítimas foram resgatadas.

Além do contrabando e falsificação de cigarros, a Operação Tavares, investiga a organização criminosa por cooptar cidadãos paraguaios para trabalharem na produção clandestina de cigarros em condições análogas à escravidão.

Ao chegarem ao Brasil, os estrangeiros tinham os celulares apreendidos pelos líderes do grupo e eram levados à "fábrica", de onde não poderiam sair até o fim do ciclo de produção.

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã de terça-feira (19), a Operação Tavares, para desarticular organização criminosa dedicada ao contrabando e à produção clandestina de cigarros.

Na ação, são cumpridos 40 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, e executadas ordens judiciais para sequestro e arresto de 56 veículos, 13 imóveis e valores em contas vinculadas a 23 pessoas físicas e jurídicas, até o valor de 600 milhões de reais. Participam da Operação Tavares, 250 policiais federais e 60 servidores da Receita Federal.

A deflagração na data de hoje conta com o apoio da Brigada Militar e é acompanhada pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e por servidores do Ministério do Trabalho e Previdência Social.

A investigação iniciou em 2020 para apurar a prática de contrabando de cigarros na região metropolitana de Porto Alegre.

Diligências realizadas identificaram a existência de uma organização criminosa estruturada para a produção clandestina de cigarros de marcas paraguaias em cidades do Rio Grande do Sul.

Parte dos cigarros produzidos abasteceria o mercado clandestino do Uruguai e pontos de venda no Rio Grande do Sul vinculados à facção criminosa do estado.

A estimativa é que a fábrica clandestina produziria cerca de 10 milhões de maços de cigarros por mês, com faturamento mensal de 50 milhões de reais.

Conforme projeção da Receita Federal, os impostos, se recolhidos, atingiriam 25 milhões de reais ao mês, somente em tributos federais (IPI, PIS e COFINS). A operação foi denominada "Tavares" em alusão ao local onde foi identificado o primeiro depósito do grupo, no município da Cachoeirinha.

Fonte: Diário da Manhã

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